Tire suas dúvidas sobre a síndrome de alienação parental e
entenda por que colocar os filhos contra o ex-parceiro é tão prejudicial para
os pequenos.
Enfrentar uma separação é sempre uma situação difícil, ainda
mais quando se tem filhos. Mas descontar a raiva do parceiro colocando as crianças
contra ele ou cortando o vínculo, de propósito ou sem querer, pode desencadear
problemas psicológicos nos pequenos, que correm o risco de se estender até a
fase adulta. Sem contar que essa prática, conhecida como síndrome de alienação
parental, se comprovada, pode render multa e até perda da guarda.
Para esclarecer suas dúvidas:
1. O que é a síndrome de alienação parental?
É quando o pai ou a mãe (geralmente a mulher, porque na
maioria das vezes ela recebe a guarda) procura afastar os filhos do outro
genitor após ou durante o divórcio. A pessoa tenta provocar nas crianças fortes
sentimentos de rancor, ansiedade ou temor em relação ao outro.
2. Que motivos desencadeiam esse comportamento?
São vários: ciúme do ex-parceiro, raiva pelo abandono,
desejo de vingança, sentimento de posse sobre o filho, ideia de que pode dar
conta sozinho da educação das crianças...
3. Quais são as atitudes mais comuns da síndrome de
alienação parental?
Manchar a honra do outro genitor, desmoralizá-lo,
atribuir-lhe muitos defeitos, evitar ou dificultar o encontro com as crianças,
discutir na frente delas.
4. Também pode ser considerada uma violência contra os
próprios filhos?
Sim, porque, divididos entre as duas pessoas que amam, eles
ficam impedidos de fazer um julgamento adequado. Às vezes distanciam-se de
ambos, refugiando-se em seu próprio mundo e isolando-se da sociedade. Muitas
crianças, inclusive, voltam-se contra o genitor com quem vivem, por acreditarem
que ele deveria promover uma aproximação (e não um distanciamento) com quem lhe
faz falta.
5. De que forma a criança acaba sendo prejudicada?
Sentir-se usado, abandonado, com raiva ou medo abala a
autoestima de qualquer pessoa. Vítimas de alienação parental também podem
perder a confiança nos adultos, estão mais sujeitas a sofrer bullying na escola
e ficam até mais indefesas diante de abusadores sexuais.
6. É possível identificar uma vítima de alienação parental?
Crianças nessa situação tendem a se tornar agressivas ou
medrosas. Na escola, podem ficar desatentas ou indisciplinadas. Algumas se
isolam do convívio social.
7. Como impedir que o pai ou a mãe use as crianças para agir
contra o ex-parceiro?
Mostrando as consequências de seus atos. Muitas vezes os
filhos parecem lidar bem com a situação, mas na adolescência explodem e
transformam-se em jovens rebeldes ou inseguros. Caso o bom senso não prevaleça,
a Justiça deve ser acionada. Se ninguém toma uma atitude, a duração da
alienação depende do tamanho da raiva, do sentimento de vingança e do
amor-próprio ferido. Normalmente, quando a pessoa para com a prática, o estrago
já está feito. Isso ocorre sobretudo nos casos em que só o pai ausente reconstrói
sua vida com outra pessoa - e os filhos se tornam o instrumento favorito de
ataque ao novo casal.
8. É possível blindar os pequenos contra essa situação?
Dificilmente, porque eles veem o mundo a partir do
referencial do cuidador mais próximo e não têm forças nem maturidade para se
opor a ele. Mas o genitor vítima da alienação parental pode procurar ajuda
terapêutica a fim de proteger os filhos, além de denunciar na Justiça essa
prática cruel.
http://mdemulher.abril.com.br
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